Quando Marina abriu seus olhos e se deparou com os outros olhos que acabaram de sair de ti, viu que o mundo era tão pequeno, que todo aquele sentimento de receio, terminava e se estendia ali, ao mesmo tempo.
Lembrou por alguns vagos instantes, das paredes frias, das dores que antecederam o parto, lembrou do quarto vazio e da mala que pouco tinha, já que quase nada possui, para acrescentar em beleza aquela que acabara de nascer.
No mesmo instante em que não se sentia mais sozinha, lembrou da solidão e de como o olhar aqueles olhos nas noites frias, sempre lhe confirmaria que estaria sozinha em todas as tomadas de decisões.
Naquele momento em que Marina, acolhia em seus braços, a parte mais pura da sua carne, pela primeira vez se sentiu acolhida, e abraçou sua criança, com o abraço mais terno do qual ela nunca havia sentido.
E do leite que aos poucos jorrava entre os lábios daquela pequena, criou- se um laço, de noites e dias que juntas passariam sozinhas.
E passaram e continuam passando.
Por Dani RAPHAEL
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